sábado, 17 de junho de 2017

Jordy - 45


Sabe aquela dor de barriga sem vergonha que ataca na surdina, na maior covardia? Então, fui vítima dela na manhã do terceiro dia.

Estava eu na estação ferroviária aguardando o trem que faria o passeio pela serra até a cidadezinha de Morretes, quando de súbito, fui surpreendido por uma inquietação intestinal violentíssima as quase 7h da manhã, horário em que o trem partiria. O único banheiro disponível para atender centenas de cagões de última hora não estava tão disponível assim quando o requisitei.

Por um instante acreditei que o ambiente fosse algum tipo de relíquia social antepassada mantida em estado natural aberta ao público ou uma simples e antiguíssima latrina mal adaptada aos tempos de hoje, mas não, era o banheiro que a estação oferecia mesmo. O ambiente de no máximo 4m² contava apenas com uma pia mequetrefe com torneiras sem água, um mictório coletivo mal localizado e com duas cabines se deteriorando que por sinal estavam ocupadas no momento em que eu mais precisava delas, mas no primeiro sinal de disponibilidade, de súbito me adentrei e ali me entreguei às forças da natureza.

Minha sorte ao me libertar da “masmorra” foi que eu me adentrei a ela com um copo d’água que saciava minha sede minutos antes, assim, pude ao sair lavar minhas mãos na pia que não me beneficiava com esse direito e no limite do tempo pegar o trem.

Saí acreditando piamente que aquele banheiro decadente era o pior que já havia visto e que viria a ver na vida, mas, essa crença caiu por terra quando entrei no da estação de Morretes.

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